Redação

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta quarta-feira (14) a Operação Frota Oculta, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa envolvida em furtos de grãos em propriedades rurais do estado. A ação cumpre 57 ordens judiciais em municípios estratégicos, como Nova Mutum, Tangará da Serra e General Carneiro, e já apurou prejuízos superiores a R$ 2,5 milhões aos produtores.

Coordenada pela Delegacia de General Carneiro, com apoio da 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e das Delegacias Regionais de Nova Mutum e Tangará da Serra, a operação é resultado de uma investigação de alta complexidade que revelou o funcionamento de uma organização criminosa com atuação estruturada e sofisticada.

Esquema articulado

Segundo as investigações, o grupo criminoso contava com o apoio de funcionários internos das fazendas, responsáveis por liberar a entrada de caminhões sem autorização ou documentação formal. Em um dos casos, registrado em General Carneiro, imagens de câmeras de segurança mostraram carregamentos ilegais de grãos autorizados por um funcionário do setor administrativo da propriedade.

Os motoristas envolvidos no esquema utilizavam caminhões com placas adulteradas, dificultando a identificação dos veículos. Parte da frota estava ligada a uma empresa de transporte, cuja proprietária também é alvo da operação. Ela é investigada por disponibilizar os veículos e realizar transações financeiras suspeitas com membros da quadrilha.

A organização criminosa operava com uma divisão clara de tarefas: desde a liberação dos carregamentos nas fazendas até a logística de escoamento dos grãos furtados. A análise de movimentações bancárias revelou ainda valores incompatíveis com a renda declarada dos investigados.

Ordens judiciais

Ao todo, a Justiça expediu sete mandados de prisão preventiva, 21 de busca e apreensão, 15 de sequestro de bens, além de quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico e a suspensão de uma atividade empresarial.

Os principais alvos responderão por furto qualificado, associação criminosa e adulteração de sinais identificadores de veículos. Os materiais apreendidos serão analisados para aprofundar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos.

Impacto regional

O delegado Pablo Rigo, responsável pelo caso, destacou que a operação representa um passo importante no combate aos crimes patrimoniais no campo. “A Operação Frota Oculta se destaca pela complexidade das investigações e pelo impacto direto na economia regional. As ações buscam não apenas responsabilizar os envolvidos, mas também criar um ambiente mais seguro para as atividades agropecuárias no Estado”, afirmou.

A Polícia Civil segue com os trabalhos de análise dos documentos e equipamentos apreendidos e o rastreamento dos ativos financeiros ligados ao esquema criminoso.